Encontre o seu imóvel

Veja a lista de apartamentos à venda em São Paulo

Alphaville

'Raízes': Santana de Parnaíba tem 209 construções tombadas

Ze Carlos Barretta/folhapress
Praça 14 de Novembro, no centro histórico de Santana de Parnaíba
Praça 14 de Novembro, no centro histórico de Santana de Parnaíba

Quatro séculos da história brasileira estão representadas no largo da Matriz, no centro histórico de Santana de Parnaíba. A cidade possui o maior conjunto arquitetônico tombado do Estado de São Paulo, com 209 construções preservadas.

O apelido de "Ouro Preto paulista" ganha sentido ao caminhar por suas ruas de paralelepípedos e casas geminadas coladas à calçada. O passeio seria um verdadeiro transporte à época colonial, não fosse pelo barulho dos carros e pelas mais variadas ocupações das casas históricas -de escolas de inglês e escritórios de advocacia.

A cidade foi fundada em 1580, quando Suzana Dias veio de São Paulo com seus 17 filhos para morar na fazenda de seu falecido marido. Ao chegar, colocou no altar da capela (a atual Igreja da Matriz) uma imagem de Santa Ana, a quem era devota -daí a denominação "Santana".

A segunda parte do nome da cidade, "Parnaíba", significa "rio não navegável", em virtude dos trechos irregulares que impediam a travessia por barco pela região.

A característica definiu a vocação bandeirista da cidade: "O pessoal saía de São Paulo e vinha navegando até chegar aqui, que é onde tem a primeira cachoeira do rio Tietê, não dava para passar. Então, todo mundo vinha para cá para montar as bandeiras", conta o historiador Emanuel Barbosa, 73, que hoje é dono da Pousada 1896, em uma construção colonial.

A cidade se tornou um verdadeiro berço do bandeirismo brasileiro. De lá, partiram missões de Raposo Tavares, Fernão Dias Paes, Fernão Dias Falcão e Bartolomeu Bueno pai e filho, conhecidos como "Anhanguera" -os três últimos, nascidos em Santana de Parnaíba.

Ze Carlos Barretta/folhapress
Museu Casa do Anhanguera, no centro da cidade, foi uma casa bandeirista
Museu Casa do Anhanguera, no centro da cidade, foi uma casa bandeirista

ARQUITETURA

O centro, tombado desde 1982,é conhecido por preservar centenas de casas feitas com técnicas tradicionais, como taipa de pilão, pau a pique e adobe. "É nossa maior riqueza", diz Agacir Eleutério, diretora do departamento de cultura da cidade.

Uma das construções mais importantes é o Museu Casa do Anhanguera, no largo da Matriz. "Trata-se da única casa bandeirista urbana já encontrada", completa.

Na verdade, a edificação é composta por duas casas, ambas da segunda metade do século 17. Separadas por cem anos, suas diferenças evidenciam a evolução das construções. Um exemplo é o surgimento dos sobrados: a casa mais antiga possui uma espécie de sótão, onde eram guardados mantimentos -era o "espaço que sobrava", daí o nome "sobrado".

Já na casa mais recente, o segundo andar já se consolida, com dormitórios, janelas amplas e "portas-balcão".

Apesar da importância histórica do museu, a Eleutério nega a versão de que a casa teria sido residência do bandeirista Anhanguera. "Não há nada que comprove", diz.

Ze Carlos Barretta/folhapress
O coreto Maestro Bilo, na praça 14 de novembro, no centro
O coreto Maestro Bilo, na praça 14 de novembro, no centro
Bairros da Série