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Em Santos, nova safra de prédios visa público local

Raquel Cunha/Folhapress
Varanda do edifício Golden Palace, na Ponta da Praia, em Santos
Varanda do edifício Golden Palace, na Ponta da Praia, em Santos

Santos é uma cidade que leva rankings a sério. O município mais vertical do país, segundo pesquisa de 2011 do Ibope Inteligência, também aparece no 6° lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Figurando entre as dez maiores cidades de São Paulo, com cerca de 430 mil habitantes, segundo o IBGE, é o 15° melhor município pra se investir em imóveis no Brasil, de acordo com estudo da Prospecta lançado neste ano.

As boas colocações contribuem para que Santos vá muito além do turismo, setor que leva à cidade quase metade dos 10 milhões de visitantes esperados anualmente nas praias paulistas, de acordo com o Brasil Brokers.

Ela também é a campeã de lançamentos residenciais na Baixada Santista, como mostra pesquisa de 2015 da Secovi (sindicato do setor imobiliário): foram mais de 6 mil lançamentos, quatro vezes mais que a vizinha Guarujá.

"Santos tem uma economia própria. Quem mora na cidade não precisa sair dela para nada. Você encontra os benefícios de São Paulo com a vantagem de ter uma praia no seu quintal", diz Evanilson Bastos, diretor nacional de vendas da Rossi.

A incorporadora tem três empreendimentos lançados nos últimos cinco anos no município, todos de padrão econômico e com dois ou três dormitórios -foco das vendas na cidade.

As plantas mais procuradas, segundo o Secovi, são as de dois quartos, com metragens de 51 m² a 90 m², segundo estudo da Brasil Brokers.

Para Bastos, o que diferencia Santos das outras cidades do litoral paulista é a independência dos períodos de férias."Normalmente existe uma migração na alta temporada, mas, em Santos ela funciona o ano inteiro", afirma.

Para o diretor regional da Secovi na Baixada Santista, Carlos Meschini, Santos deixou de ser foco dos que procuram apartamentos de veraneio. "Antes, quando o feriado era longo, a cidade ficava lotada. Hoje as pessoas saem dela e vão para cidades próximas", conta.

Segundo pesquisa do Brasil Brokers, 48% dos compradores de imóveis em Santos são da própria cidade, enquanto 29% são da capital paulista, que fica a 73 quilômetros de distância.

O advogado Mário Bueno, 46, por exemplo, tem sua primeira moradia em Santos e, a segunda, em São Paulo, usada para trabalho.

Em janeiro, ele se muda com a família para um apartamento de 126 m² do edifício Supremo Boqueirão, em uma das áreas mais valorizadas da cidade. "O prédio é novo, moderno, com uma área de lazer boa. Tudo me agrada", afirma Bueno.

O prédio da Âncora Construtora, que tem outros dois empreendimentos em Santos, oferece 'terraço-grill', spa e duas piscinas.

As criticas de Bueno à cidade têm relação ao crescimento que a coloca entre as mais importantes do litoral: "É uma cidade em plena expansão, mas não consegue comportá-la. Santos se tornou muito insegura, e às vezes acho que o trânsito daqui fica pior que o de São Paulo".

NOVO CENÁRIO

Para o presidente da Abyara Brasil Brokers, Bruno Vivanco, o período de expansão econômica de Santos se deu entre 2000 e 2013, com a descoberta do pré-sal, a criação do VLT (veículo leve sobre trilhos) e a possibilidade de um túnel ligando a cidade a Guarujá.

"Todo mundo que olhava para a cidade enxergava um investimento imobiliário de potencial gigante. O mercado explodiu", afirma.

A partir de 2013, no entanto, o mercado começou a desacelerar e "vento passou a soprar contra", segundo Vivanco.

Nada que não seja contornável, afirma a presidente da Âncora Construtora, Angela Crego: "O que precisamos fazer é nos adequar à realidade e melhorar as condições de pagamento para os compradores", afirma.

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