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Osasco

Com mais de 40 mil sanduíches vendidos por dia, Osasco se firma como a capital do hot dog

Edilson Dantas/Folhapress
Valdir Alves, 74, cuida do carrinho com a mulher, Lucília, à direita
Valdir Alves, 74, cuida do carrinho com a mulher, Lucília, à direita

Dona Raimunda, 75, pede um cachorro-quente completo para viagem –quer levar para os netos. Ao seu lado, uma mulher tenta equilibrar seu próprio sanduíche em uma das mãos enquanto segura um bebê na outra. A cliente Daiana Miranda, 39, resume: "Se eu vier a Osasco e não comer cachorro-quente, parece que não vim."

A cidade da Grande São Paulo não tem a alcunha de "capital do cachorro-quente" à toa: segundo a prefeitura, são vendidos cerca de 40 mil sanduíches diariamente nos mais de 350 carrinhos licenciados –160 só na região central da cidade.

Lá, a procura é tão grande que a prefeitura instituiu um esquema de rodízio de carrinhos, para que os melhores pontos não sejam monopolizados. "Hoje estou aqui, amanhã estou em casa descansando," brinca Valdir Alves, 74, vendedor de um dos pontos mais cobiçados, na frente do shopping Osasco Plaza.

As licenças para ambulantes do município priorizam idosos e deficientes físicos -é o caso de seu Valdir, cadeirante desde um assalto a seu táxi, em 1987. Desde então, toca o carrinho de lanche com a mulher, Lucília.

Edilson Dantas/Folhapress
A cozinheira Daiana Miranda e o filho em barraca na rua Antônio Agú
A cozinheira Daiana Miranda e o filho em barraca na rua Antônio Agú

BÁSICO

Vendido a R$ 2,50, em média, o cachorro-quente básico das ruas osasquenses inclui purê, maionese e batata palha; os mais elaborados empilham itens como vinagrete, milho, Catupiry e queijo ralado (por até R$ 5).

A febre do "dog" é tamanha na cidade que em 2012 foi criado o Festival do Cachorro-Quente, que já teve duas edições.

No primeiro festival, a ganhadora foi Luciana Fabiano, 39, dona da lanchonete Rock Dog, uma das poucas especializadas da cidade. Ela conta que começou como os outros, comandando por dez anos um carrinho de lanches atrás da faculdade Uniban.

"Abri um lugar fixo porque só chegavam as férias e os alunos continuavam me procurando", diz. Para vender 2.000 "hot dogs" por mês ela cita como segredos a salsicha de chester e os molhos.

O mais popular deles é um condimento à base de ervas, que ela explica como se fosse um ensinamento sagrado: aprendeu com um pasteleiro japonês que, tal qual um mestre oriental, só topou ensiná-la quando Luciana conquistou o campeonato.

O festival foi idealizado pelo publicitário Marcos Mello, que tem planos ambiciosos para a cidade. Ele quer que Osasco entre para o livro dos recordes com o maior "hot dog" do mundo e tem a inusitada ideia de abrir um parque temático inspirado na iguaria –ele não dá exemplos.

"A região está carente de diversão. O Hot Dog Park reuniria entretenimento e gastronomia", diz.

Segundo ele, o projeto já foi protocolado no Ministério do Turismo, mas precisa de investimentos de cerca de R$ 100 milhões. Haja salsicha.

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