Condomínios-clube para classes A, B e C fazem sucesso em Osasco
Raquel Cunha/Folhapress | ||
Cinema do empreendimento Flex Osasco 1 em Osasco |
Áreas de lazer superequipadas –com quadra poliesportiva, piscina e até cinema particular– transformam os novos empreendimentos de Osasco, na Grande São Paulo, em clubes particulares.
O sucesso desse modelo na cidade se deve, em parte, ao preço do metro quadrado: R$ 6.510, segundo dados da consultoria Geoimovel –cerca de 30% mais barato do que em São Paulo. Outro fator, segundo incorporadoras, é a carência de serviços semelhantes no entorno dos prédios.
"Escolhemos áreas cujo entorno não possui uma infraestrutura urbana excelente e oferecemos condomínios com academia, piscina, espaço gourmet, segurança e portaria. Tudo por um custo de manutenção muito baixo. Isso acaba gerando um polo de atração", afirma André Mioto, gerente de negócios da incorporadora Tecnisa.
Segundo Mioto, a empresa tem como público-alvo moradores da classe C que já vivem nas proximidades dos empreendimentos. Cerca de 70% a 80% dos compradores têm esse perfil. Os demais são investidores ou paulistanos em busca de preços baixos.
"Esses condomínios melhoram a qualidade de vida das pessoas, trazem mais comodidade e otimizam o tempo", afirma Alexandre Tirelli, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo.
A Saldanha construtora, que atua há 15 anos em Osasco, é especializada em condomínios-clube, como o recém-lançado Ibiza, no Jardim Novo Osasco, com piscinas adulto e infantil. O imóvel com dois dormitórios tem 47 m² e o de três tem 57 m².
"São empreendimentos de médio padrão, mas que já vêm com áreas de lazer equipadas e decoradas", diz Philippe Urioste, diretor de marketing da incorporadora.
VANTAGENS
Foram exatamente o preço e o conforto oferecidos pelo condomínio Flex Osasco, da Tecnisa, que levaram o contador Jonas Mar, 53, a sair do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, em direção a Osasco. Ele, a mulher e três filhos em idade escolar devem se mudar no final de março.
O que pesou na escolha foram as m opções de lazer –o prédio tem até campo de futebol de grama.
Além disso, o novo endereço fica próximo do local em que a sua mulher estuda.
A desvantagem, porém, é o trânsito, já que o contador ainda trabalha no Ipiranga. "Sofro com a Raposo Tavares. O jeito vai ser começar a trabalhar mais em casa do que no escritório", afirma.
Cidade que sedia matrizes de grandes empresas, como Bradesco, Submarino, Coca-Cola, Avon, Osram, Natura, dentre outras, Osasco está na mira de quem quer investir.
O técnico em logística Domingos Arcanjo, 41, tem uma casa na cidade e resolveu comprar um apartamento para "testar". Enquanto isso, alugou a casa. Após dois meses morando em um condomínio-clube, já se diz convencido a não deixar o local nos próximos dez anos.
"O que eu mais prezo é a academia e a churrasqueira, fora a segurança da portaria. Já as minhas filhas adoram a piscina", conta.
A Eztec também investe em condomínios-clube em Osasco. Segundo a incorporadora, shoppings, colégios, faculdades, hospitais, bares e restaurantes proporcionam uma "excelente qualidade de vida, ao melhor estilo 'trabalhe, more, viva'". O grupo tem investido em condomínios de médio e alto padrão.
Segundo Tirelli, não só Osasco mas também as outras cidades que formam a região conhecida como "ABCDOG" (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Osasco e Guarulhos) têm público para absorver empreendimentos voltados para as classes A, B e C.
"É um movimento natural, já que a tendência na cidade de São Paulo é que os imóveis sejam cada vez menores e mais caros. Na Grande São Paulo dá para viver com qualidade de vida, em um bom imóvel e um custo-benefício sensacional", afirma Tirelli.