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Na Barra Funda de origem industrial, nasce polo de residências

Folhapress
A rua Cruzeiro, na Barra Funda, em 1958
A rua Cruzeiro, na Barra Funda, em 1958

Dividida pelos trilhos construídos para o escoamento da produção de café no fim do século 19, a Barra Funda perde aos poucos a vocação industrial e se estabelece como um dos mais novos polos residenciais de São Paulo.

O interesse do setor imobiliário pela região data da década de 1990 e do começo dos anos 2000, mas ele se restringia, inicialmente, ao "lado de baixo" dos trilhos, entre as linhas do trem e o centro.

Foi com incentivos oferecidos pela Operação Urbana Água Branca -conjunto de intervenções da prefeitura para mudar a ocupação da região- e a expectativa de um projeto de revitalização da orla ferroviária que o "lado de lá" dos trilhos ganhou a atenção das incorporadoras, sobretudo a partir de 2010.

Levantamento da Geoimovel com empreendimentos recém-entregues e com previsão de conclusão até 2017 indica que a maioria deles se concentra nas regiões do Parque Industrial Tomas Edson e da Várzea da Barra Funda e parte da Água Branca.

Segundo o porta-voz da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Bruno Scacchetti, uma série de fatores estimularam o investimento de incorporadoras na região.

Bruno Santos/Folhapress
Sala de apartamento do empreendimento Jardim das Perdizes, de altíssimo padrão
Sala de apartamento do empreendimento Jardim das Perdizes, de altíssimo padrão

Entre eles, o fácil acesso a todas as regiões da cidade, o fato de ela ser bem atendida pela rede de transporte público (além da estação Barra Funda, diversas linhas passam pelo corredor de ônibus da av. Marquês de São Vicente) e investimentos em drenagem e iluminação pública.

É verdade que o caráter fabril do bairro ainda é visível. Muitos dos galpões abrigam atividades industriais e a oferta de comércio e serviços é relativamente escassa. No entanto, incorporadoras e urbanistas consideram que a transição é inevitável.

Além do número expressivo de novos moradores -só o empreendimento Jardim das Perdizes terá cerca de 30 torres-, um fator que deve promover o desenvolvimento local é a combinação de imóveis residenciais e comerciais, incentivada pelo Plano Diretor e aplicada em alguns projetos em construção.

Andrea Tourinho, que trabalhou na São Paulo Urbanismo, ligada à SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano), e hoje é professora de arquitetura da Universidade São Judas Tadeu, afirma que, com a valorização da região, mais galpões industriais deverão ceder lugar a novos imóveis residenciais e ao comércio.

Para Gilberto Belleza, presidente do CAU-SP (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), a transição é gradual. "A demanda por serviços ainda não é contemplada, mas a chegada dessas atividades é natural, como aconteceu na região da Berrini [zona sul]."

Bruno Santos/Folhapress
Cozinha de apartamento do condomínio Jardim das Perdizes
Cozinha de apartamento do condomínio Jardim das Perdizes

Apesar da transformação iminente, o valor dos imóveis não absorveu a perspectiva de desenvolvimento do bairro, segundo Scacchetti. O preço do metro quadrado, a partir de R$ 8 mil para apartamentos novos de alto padrão, é inferior ao praticado abaixo dos trilhos.

A advogada Luiza Cruciani, que se mudou para a região em 2013, não esconde que o principal motivo que a levou a escolher o bairro foi o valor do imóvel.

"Para quem busca seu primeiro apartamento, é difícil ir para um lugar que já tenha uma rede de comércio estabelecida. E lá eu tenho fácil acesso a outros bairros com oferta maior de serviços."

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