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Butantã tem vista boa, área verde e o m² mais barato da região

Jorge Araújo/Folhapress
Cidade universitária da USP, um dos atrativos para quem busca apartamento no Butantã
Cidade universitária da USP, um dos atrativos para quem busca apartamento no Butantã

O "pulmão verde" e a ampla área pública de lazer da cidade universitária da USP (Universidade de São Paulo) podem ser dois grandes atrativos do Butantã. A isso, junta-se o fato de que o distrito tem o metro quadrado mais barato de toda a região pesquisada pela consultoria Geoimovel: R$ 8.130.

Ainda assim, ele não é a primeira opção de quem busca moradia na zona oeste. "O Butantã, que está ancorado na USP, surge como alternativa a quem deseja morar nesta região da cidade, que é tradicionalmente mais cara, mas não pode desembolsar R$ 12 mil ou R$ 13 mil por metro quadrado", diz Thiago Castro, diretor de novos negócios da imobiliária Abyara.

Para um público que busca imóveis de médio padrão, predominam nos empreendimentos da região apartamentos de 2 e 3 dormitórios. Com esse perfil, ao menos 306 unidades de cinco empreendimentos estão disponíveis para venda: quatro deles em obras, que devem ficar prontos entre 2016 e 2017, e um que foi entregue no ano passado.

A maior parte desses imóveis se concentra na Vila Gomes e no Jardim Rizzo, próximos à cidade universitária.

VISTA PARA O VERDE

Para o professor João da Rocha Lima Jr., do núcleo Real Estate, da Escola Politécnica da USP, a proximidade com o câmpus da universidade tem outro atrativo: a vista.

"A região do Ibirapuera, por exemplo, é mais cara por causa do horizonte. O mesmo acontece com a área verde da cidade universitária." Segundo ele, porém, o Butantã tem a vantagem do metro quadrado mais barato, mas perde por ter acesso mais difícil.

O engenheiro-civil Lucas Haidara, 28, sente na pele o impacto de morar numa área de acesso complicado. "Com a chegada de mais gente à região, o trânsito piorou."

Apesar disso, ele garante que só deixaria o bairro para morar próximo de mais opções de transporte. "Você encontra tudo aqui, quase não precisa ir ao centro."

Segundo Gilberto Belleza, presidente do CAU-SP (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo), a própria cidade universitária é uma barreira que isola o bairro. "Apesar de dar uma melhor qualidade de vida, atrapalha a circulação", explica.

A pesquisa da Geoimovel aponta que as opções no Butantã têm valores que vão de R$ 459 mil (60 m²) a R$ 723 mil (95 m²). Apesar de contemplarem todos os bolsos, Castro conta que dois dos empreendimentos lançados no ano passado tiveram de 35% a 50% dos imóveis vendidos.

Mas ele afirma que o bairro caminha para a consolidação. "A Vila Leopoldina, há dez anos, tinha só galpões. Hoje é uma área muito procurada. O mesmo deve acontecer com o Butantã. É um caminho de médio prazo."

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