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Perdizes/Sumaré

Berço de Perdizes, igreja guarda relíquia da Independência

Eduardo Anizelli/Folhapress
Sino na torre da Igreja Católica São Geraldo, em Perdizes
Sino na torre da Igreja Católica São Geraldo, em Perdizes

Uma igreja imponente e de arquitetura elegante, quase imperceptível no burburinho do trânsito ao final do Minhocão, é o berço de Perdizes.

No final do século 19, foi erguida ali uma pequena capela para receber os moradores rurais da região, então ocupada por chácaras, algumas delas dedicadas à produção de perdizes, o que batizou o lugar. Em 1914, foi fundada a paróquia de São Geraldo e, em 1932, a igreja atual.

Além do valor arquitetônico e da riqueza de um conjunto de 60 vitrais que iluminam o interior da construção, o prédio guarda no alto de sua torre de quase 40 metros uma relíquia: o sino da Independência.

A peça, de 2,2 toneladas de chumbo e 18 quilos de ouro em sua liga, badalou para celebrar a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Ele ocupou inicialmente a antiga Catedral da Sé. Depois, passou pelo Mosteiro da Luz até chegar à Igreja de São Geraldo, em 1942.

Lá, toca todos os dias para anunciar as celebrações do padre José Augusto Brasil.

"Já celebrei casamento e depois batizei filhos e netos de gente aqui do bairro", diz. "Quando cheguei, a região era bem mais tranquila. Hoje, o movimento nos arredores cresceu muito, mas temos conseguido manter certa tranquilidade aqui dentro."

FURTO

"Certa tranquilidade", sublinha o pároco, porque o aumento da violência em São Paulo escalou a torre da igreja. Doze anos atrás, ladrões, atraídos pelo material de confecção do sino, subiram os quase 40 metros até o topo da igreja e furtaram o badalo, que pesava 60 kg e não era feito de ouro.

Nenhum suspeito foi preso ou identificado.

Para outra moradora, a aposentada Conceição de Quadros Pacheco, 84, a região é boa para se viver.

"Perdizes é muito agradável. Sempre gostei de caminhar e conversar com os amigos na rua", diz. Seu maior lamento foi a chegada do Minhocão, que consumiu a praça que havia em frente à igreja até a década de 1970.
Antes de mudar-se para lá, dona Conceição viveu por dez anos ao lado de outro prédio que tem a cara do local, a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

O crescimento de Perdizes se deu com a instalação de indústrias como a Santa Marina e a Matarazzo.

O despachante Normando Ferreira nasceu e vive na região há 77 anos. O pai dele trabalhou nas Indústrias Matarazzo. De tão apaixonado pelo local, Ferreira plantou a seringueira que virou símbolo da região -a planta está na praça Marrey Júnior.

"Quando eu a plantei, tinha 17 anos. Foi na época das obras do córrego Sumaré."

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